Recentemente, foram publicados artigos sobre as manifestações bucais em pacientes acometidos pela COVID-19, e nós da equipe Simiquel fizemos um breve resumo, pois não poderíamos deixar de compartilhar essas informações.
O estudo foi realizado na Espanha com seis pacientes (sendo dois sob suspeita e um de fato doente) e, por conta da quarentena, as consultas foram realizadas por meio de vídeo e fotos.
O paciente nº1 suspeito de infecção por SARS-CoV-2, sexo masculino, 56 anos e sem comorbidades. Havia dois dias que este paciente apresentava febre, acompanhada de diminuição do senso do paladar, fraqueza, aumento dos linfonodos da cadeia cervical, sensação de garganta seca e dor no palato (céu da boca). Por meio de fotos, os profissionais notaram uma lesão similar à estomatite herpética recorrente, porém o paciente negou ter histórico desta doença. Após 10 dias com tratamento antiviral associado a bochechos com clorexidina, a lesão regrediu.
O paciente nº2 também com suspeita de infecção por SARS-CoV-2, sexo masculino, 58 anos, possui diabetes e hipertensão. Este paciente apresentou dor no palato, mas, segundo ele, seria por uma infecção bacteriana em um dente. Por meio de fotos, foi possível observar pequenas e múltiplas úlceras no palato. Apesar do aspecto, o paciente negou histórico de infecção herpética.
A paciente nº3 com infecção confirmada por SARS-CoV-2, sexo feminino, 65 anos, obesa e com hipertensão controlada, apresentou diarreia, febre intensa e dor na língua e, após exames observou-se pneumonia bilateral.Após alguns dias, notou-se erupções cutâneas por todo o corpo da paciente, juntamente com bolhas na mucosa interna de seu lábio inferior e gengivite descamativa. Prescreveu-se bochecho com clorexidina e ácido hialurônico, e até a data da publicação do artigo, a paciente ainda estava em recuperação. O paciente nº 4 apresentou pequenas manchas arredondadas e avermelhadas em toda a região ao redor dos lábios, sendo que algumas podem se apresentar ulceradas.O paciente nº6 apresentou manchas arredondadas avermelhadas no palato, seguindo em direção a faringe, e algumas lesões vesiculares na região subsequente.O paciente nº5 apresentou manchas arredondadas e avermelhadas em toda a cavidade bucal e vermelhidão próxima a gengiva, semelhante a uma gengivite descamativa. Estes artigos demonstram, que além dos pulmões, as glândulas salivares e a língua são possivelmente outros hospedeiros da COVID-19. Portanto, máscaras faciais podem ter um papel importante, limitando a propagação do Covid-19. – Fonte: LIADB UFMA